Compulsivamente devorando sentimentos.
Se desejarmos realmente
nos libertar
de alguma coisa , temos de nos
dar ao trabalho de pensar sobre ela até
edifica-la, do contrário , isso não digerido ficará se reapresentando indefinidamente . Uma vez
entendida, pode ser esquecida, passando a fazer parte da história da pessoa no arquivo do passado .
A repetição
de comportamentos associa-se aos conteúdos psíquicos
que não
conseguimos edificar. A “compulsão à repetição ” seria observada sempre
que uma recordação não
tem êxito . Quando
o recordar algo
se mostra falho ,
o individuo reproduziria a experiência
reprimida não como
uma lembrança a ser
revelada ao exterior, mas por meio da repetição de alguma ação .
Nenhum individuo pode
Uma característica da compulsão à repetição
é o fato de se repetir
de diferentes modos ,
sem nenhuma consciência
de que se está repetindo um conteúdo similar , o que
constitui um dos fatores
de sua recorrência
continuada.
Pulsão e compulsão
são elementos
da mente e ocorrem em
diferentes intensidades
e momentos da vida .
Alguns perdem o equilíbrio
emocional de forma
muito grave ,
no entanto , não
é o que acontece com
a maioria , em
que os danos
não são
excessivos . Todos
têm condutas restritivas, fazemos dietas , exercícios
ou bebemos em
festas , mas
a compulsão é diferente ,
ela é o excesso
de um determinado
comportamento que
está associado à descarga
de tensão , de dor .
A psicoterapia não
visa à supressão, repressão
do comportamento compulsivo ,
seu objetivo
é o fortalecimento da mente para que esta esteja apta
a suportar maior
intensidade de sofrimento sem precisar recorrer
a esse tipo
de defesa compulsiva .
A organização
mental se articula por
meio de princípios
rígidos , leis
autoritárias, regras definitivas e
fixas. Nessa área a mente
funciona de acordo com
o princípio do prazer ,
isto é, evitando desprazer
a todo custo .
O que
ocorre, ao contrário , é uma tentativa ultima de evitar o aniquilamento psíquico
diante da dor .
A pessoa desenvolve uma série
de recursos internos relacionados, que lhe garante
não o conforto ,
mas a sobrevivência .
Não uma boa solução ,
mas a acomodação possível .
O alimento , tanto real quanto psíquico ,
está sempre em
trânsito . Nada
fica. Nada é retido. Nada é selecionado .
Não há o que
memorizar . Não
há sofrimento e dor ; ficam eliminados porque não
existem.
As
– do recém-nascido
ao adolescente . Além
de ser seu organismo , na sua
fisicalidade. A competição é vivida entre a pessoa e seu estômago , suas vísceras e sua necessidade de alimento .
Nesta área , a pessoa
sempre ganha
a competição, porque é autoridade
absoluta . Em
relação ao seu
corpo , tenta
superá-lo, dominá-lo, subjugá-lo à sua vontade autoritária ,
isto é, à satisfação
básica de realizar-se para
si própria .
Vemos que a alimentação ocupa lugar
central na relação
entre pais
e filhos um
modo de ser manter vivo e aplacar a fome , comer é um meio de troca , comunicação e, às vezes ,
motivo de oposição
e de chantagem . É em
torno do ato
da nutrição , que
se forma a primeira
relação .
O aleitamento é um
período especial ,
pois nele são
engendradas as bases do sentimento de segurança interior sobre
o qual , posteriormente ,
constrói-se a personalidade .
A
Se o único tipo de relação
com a mãe
é a que passa
pelo alimento , a criança de sete meses pode vomitar
logo depois
de comer , na tentativa de
prolongar a relação .
Se isso não
for entendido como
um pedido
de atenção por
parte da criança ,
um círculo
vicioso poderá ter
início – a mãe
se angustia pensando que o bebê está doente e ele , por sua vez ,
continua a vomitar em
busca de atenção
e em resposta
à agitação dela.
A equação alimento igual a afeto está tão
consolidada que , quando
os filhos não
comem muito , certos
pais sentem-se culpados por achar que não estão
cumprindo seu papel .
Voltamos ao inicio do texto: não havendo uma
edificação da relação mãe-filho na fase da amamentação, enquanto adulto o
individuo buscará inconscientemente um meio de compensar a dor psíquica através
de comportamentos compulsivos. Havendo entendimento, tudo isso passa a fazer
parte da história de vida desta pessoa!
Ou seja, vamos buscar o entendimento de nossas
vidas, para que não busquemos comportamentos “descontrolados” e repetitivos,
gerando a cada dia mais e mais sofrimentos.
Psic. Nalú.
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