Os rins
representam a ligação da parceria. Dores renais e moléstias dos rins
sempre surgem quando
estamos envolvidos em conflitos com nossos parceiros.
O homem
perfeito é andrógino,
ou seja, aquele
que uniu as características masculinas e
femininas de sua alma
numa unidade. Não se deve confundir a androginia com
o hermafroditismo; naturalmente
a androginia se refere ao âmbito psíquico;
o corpo mantém sua
sexualidade. Ser um
homem significa identificar-se com o pólo masculino da alma,
e assim, o aspecto
feminino passa
automaticamente ao âmbito da sombra. Ser mulher, de forma semelhante, significa identificar-se com o pólo feminino da alma,
enquanto o masculino
se retrai para a sombra.
Nossa missão
é tornarmo-nos conscientes de nossa sombra.
No entanto, só
podemos fazer isso
através do recurso
da projeção. Precisamos encontrar
o que nos
falta através
do mundo exterior,
embora isso
esteja de fato dentro
de nós, o tempo
todo.
Aquilo que
amamos ou odiamos nas outras pessoas está, afinal,
dentro de nós
mesmos. Assim,
sendo, falamos em “amor”,
quando alguém
apresenta características de sombra que gostaríamos de tornar consciente; e falamos de “ódio”
quando alguém
apresenta uma camada muito
profunda de nossa
sombra com
a qual ainda
não queremos nos
defrontar. O encontro
com um
parceiro é o encontro
com o desconhecido
de nossa própria
alma. Todas as dificuldades
que temos com
nosso parceiro
são dificuldades
que temos com
nós mesmos.
O objetivo
ideal de uma união
é proporcionar a duas pessoas
condições para
se tornarem cada qual
seu próprio
todo. Uma união conjugal atinge sua
finalidade quando
um não
precisa mais
do outro. Só
nesse caso é que
se cumpre de fato a promessa
do “amor eterno”.
Isso só ocorre quando
aceitamos na alma tudo
o que o parceiro
representa, quando acolhemos todas as projeções e nos
unimos a elas. Dessa forma,
a pessoa como
tela de projeções,
fica vazia e o amor
então se torna
eterno, isto
é, independente do tempo,
visto que
foi concretizado na própria alma.
Os problemas
surgem quando ambas as partes “usam” o relacionamento de modos
diferentes, na medida
em que
um elabora e reabsorve suas projeções
e o outro fica completamente
estagnado nelas. Então chegará o ponto em que um se torna independente do outro, enquanto
o coração deste outro
se “quebra” de dor.
Se, porém, ambas as partes
ficarem estagnadas na projeção, temos o caso em que o amor dura até a morte, e depois há o grande luto porque falta a outra metade!
Todas as substâncias
absorvidas pelo corpo
acabam por se transformar
em
sangue. O trabalho principal dos rins é servir de estação de filtragem. Para
exercê-lo, eles têm de saber reconhecer
quais substâncias
são benéficas ao organismo
e podem ser usadas, e quais
são resíduos
tóxicos, e, portanto venenosas, que precisam ser
eliminadas. Os rins têm à sua disposição vários mecanismos
para cumprir essa difícil tarefa.
O primeiro passo
do processo de filtragem funciona segundo o modelo de um filtro mecânico, no qual
são retidos pedaços
de determinado tamanho.
Os poros desse filtro
têm o tamanho exato
para reter as menores moléculas
das proteínas (albumina).
O segundo passo
do processo, bastante
mais complicado, se baseia na mescla de dois princípios, o da osmose
e o do contra fluxo.
Em essência,
a osmose consiste na compensação entre
a pressão e a concentração
de dois fluidos,
separados um do outro
por uma membrana
semipermeável. Durante o processo,
o princípio do contra
fluxo faz com
que ambos
os líquidos, cuja
concentração é diversa,
sempre tornem a passar
perto um
do outro; a conseqüência
disto é o fato de os rins poderem, caso
necessário, excretar urina altamente concentrada (urina matinal). O objetivo
final deste equilíbrio
osmótico é assegurar ao corpo
a capacidade de reter
os sais vitais
ao organismo, dos quais,
entre outras coisas,
depende o equilíbrio entre os ácidos
e a base.
Toda união conjugal de certa forma procura harmonizar e equilibrar ambos os pólos,
o masculino (ácido,
Yang) e o feminino
(básico, Yin).
Tal como
os rins, que
devem garantir o equilíbrio
entre ácido
e básico, a união
tem de funcionar analogicamente no sentido da obtenção
da totalidade: um
parceiro, através
do relacionamento, concretiza a sombra
do outro.
O pior risco que qualquer união pode enfrentar enquanto dura é a convicção
de que todas as formas
problemáticas ou
perturbadoras de comportamento são causadas unicamente pelo
outro e que
nada tem a ver
conosco. Se este
engano se somatizar,
os rins também
deixam que substâncias
de importância vital
(albumina, sais)
passem pelo sistema
de desenvolvimento ao expeli-las para o mundo exterior. Com isso, demonstram a mesma
incapacidade de reconhecer
que determinadas substâncias
importantes são
suas, como
a psique que
não reconhece que
certos problemas
lhe pertencem e que
por isso
os transfere para terceiros.
Os cálculos
renais acontecem como
resultado da sedimentação
e da cristalização de determinadas substâncias
presentes na urina
em quantidade
excessiva. O risco
da formação de pedras
nos rins
está intensamente relacionado à quantidade de líquidos
ingerida; grandes quantidades
de líquidos diminuem a concentração dessas substâncias
e acarretam sua solubilidade. Se, mesmo assim, se
formar um cálculo, ele
interrompe o fluxo e pode ocasionar
um ataque de cólicas.
No nível psíquico, é fácil
ver as correlações.
A pedra bloqueadora é feita
de substâncias que,
em última
análise, teriam de ser
expelidas por não
contribuírem mais para
o desenvolvimento do corpo. Ela
corresponde a um acúmulo
de assuntos que
já deveríamos ter
solucionado há tempos, visto não serem
úteis para nossa
evolução. Quando
nos apegamos a assuntos
sem importância
ou ultrapassados, eles
bloqueiam a corrente do desenvolvimento
e ocasionam uma estagnação. O sintoma da
cólica também
obriga aquele movimento
que, na verdade,
tentamos impedir devido
ao nosso apego.
O médico exige do paciente
exatamente a atitude
correta: saltar.
Só um
salto para além do que é velho pode mobilizar outra vez o fluxo da vida e
livrar-nos dos velhos temas (a pedra).
No auge
do processo patológico, como a Fibrose
Renal e os Rins Artificiais, a máquina
torna-se o parceiro perfeito,
depois que
não nos
prontificamos a solucionar os problemas
com um
parceiro vivo
e ativo. Quando
nenhum parceiro
é perfeito, ou
suficientemente confiável, ou quando o desejo de liberdade
e de independência é forte
demais, encontra-se no rim artificial um parceiro que além de ser ideal e perfeito, ainda
apresenta a vantagem de não ter vontade própria
nem a obrigação
de ser fiel e
confiável; ele faz tudo
o que dele se espera.
Desta forma
aprende-se que na verdade
não existe um
parceiro perfeito
– ao menos enquanto
a própria pessoa
doente não
for perfeita.
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