quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


Articulando a vida:

Nossos movimentos são responsabilidades de nossas articulações. Quanto mais flexíveis somos, mais movimentos conseguimos realizar, entretanto, muitos são os casos de rigidez articular que levam uma pessoa a perder a sua flexibilidade a ponto de não conseguir realizar movimentos simples como o de pegar, segurar e firmar com as mãos.

Podemos pensar que uma articulação enrijecida, demonstra uma pessoa que se enrijeceu diante de alguma coisa de sua vida. Mas porque? Bem, isso é muito complexo. São muitos os motivos que levam um indivíduo enrijecer a própria vida! Uma pessoa obstinada, por exemplo, pode desenvolver um enrijecimento no pescoço, deixando duro, com poucos movimentos, voltado para uma única posição, como seus pensamentos e desejos!

A mais conhecida problemática de nossas articulações é o reumatismo. Precisamos entender que não somente atinge as articulações como também os músculos e que não existe um único tipo de reumatismo, mas vários.

As características principais são a dor, o inchaço e a rigidez. Devido a inflamação, ocorre o inchaço que culminará na rigidez da articulação.  A dor é intensa, pode ser aguda ou crônica. A rigidez vai de um crescente ao ponto de uma incapacidade de movimentos. Dificilmente veremos esta pessoa se queixar ou reclamar de algo, são pacientes e parecem demonstrar uma indiferença em relação ao seu problema.

Chamamos este quadro de poliartrite. Dores, inchaços, rigidez em várias articulações do corpo. Por esta problemática estar relacionada com o sistema motor, relacionamos então os sintomas com suas representações: movimentação/descanso e mobilidade/rigidez.

Ou seja, se formos observar as pessoas que sofrem de poliartrite encontraremos em sua maioria seres que sempre estiveram em movimento, esportistas, trabalhadores, batalhadores, dedicados, obstinados em seus princípios e valores, pessoas que estão sempre prontas para ajudar, para construir, para resolver. Não desistem de nada, não reclamam de ter que assumir as coisas sozinhas, de certa forma até preferem. Não conseguem parar, trabalham arduamente e depois quando chegam a casa continuam as atividades, vão a academia, ao futebol, a ginástica, enfim, totalmente hiperativas. Infelizmente o meio para fazê-las parar e prestar a atenção em si mesmo, serem mais honestas consigo, é com o adoecimento do corpo. A mobilização do corpo é apenas uma forma de esconder de si mesma o quanto é rígida consigo, pois não se permite um momento de descanso, de solicitar ajuda, de ser ajudado, de poder parar. Pois parar é assumir que também cansa, que também precisa de atenção, que também é flexível!

Mantendo-se em movimento externo, não necessita verificar sua rigidez de pensamento, pois achar que não precisa de ninguém, que não pode contar com ninguém, que não é ouvido nem ao menos entendido em suas necessidades, é um tanto quanto rígido para consigo.

Com certeza este tipo de pensamento, gera um sentimento de agressividade muito grande, sentimento este que é escondido pela pessoa em questão.  Quem sofre de poliartrite, geralmente inibe a sua agressividade, controlando-a ao ponto de ter sua musculatura enrijecida, estagnando a energia, gerando assim, o inchaço, a inflamação e por fim a dor. Se a agressividade for liberada, pode atingir outra pessoa, isso gerara dor em outro ser; por culpa, inibe o impulso agressivo, voltando-o para si, gerando a dor, como autopunição, que deveria estar direcionada para outra pessoa! Seria importante uma tomada de consciência e questionar-se: a quem essa dor é verdadeiramente destinada? Ou desviada?

Um sintoma clássico do reumatismo é a pessoa ficar com a mão fechada, como se fosse dar um soco, isso é gerado pela inflamação dos tendões do antebraço, na altura do cotovelo. Emocionalmente vemos aí caracterizada a inibição total da agressividade e o desejo escondido de dar “um simples soco”. A mão aberta simboliza intenções pacíficas e conciliadoras, como o abanar para alguém, ou dar um aperto de mão, entretanto a mão cerrada simboliza animosidade e agressão.

Em função da sua culpa pelo excesso de agressividade, inconscientemente esta pessoa busca na dedicação ao outro um meio de aliviar seus sentimentos mais internos. Por isso são pessoas sempre prontas a ajudar, sempre dispostas a fazer tudo e principalmente sempre motivadas.

As toxinas que vão acumulando-se nas articulações simbolizam os problemas não elaborados e assuntos não digeridos, não solucionados que de alguma forma foram despejados para o inconsciente.
A Psicoterapia ajuda exatamente nisso, na elaboração e conscientização dos assuntos que foram adiados e reprimidos. Esta pessoa não quer enfrentar os seus problemas, por isso é rígida e inflexível consigo. Tem medo de analisar seu comportamento tão dedicado, sua disponibilidade, sua disposição, suas normas morais e sua submissão. Pois na verdade, são pessoas agressivas, que querem dominar, que querem envolver, determinar e guiar. São pessoas que se escondem atrás de uma mobilidade aparente, e que no momento desta conscientização, conseguirão ser sinceras consigo mesmo e colocarão um ponto final nesta autoagressão.

Não há problema algum em sentir raiva, em deixar a agressividade liberar-se, em expressar o que sente e o que quer! O problema está em extrapolar, tanto na liberação quanto no controle desta energia! O melhor de tudo é poder conscientizar-se da necessidade de trabalhar os sentimentos, seja com psicoterapia, com reiki, florais, massagens, acupuntura enfim, qualquer que seja o meio terapêutico, o que importa é equilibrar as emoções, é eliminar as toxinas emocionais, para que o corpo não acabe representando e sofrendo pelo nosso medo de sermos autênticos!
Psic. Nalú Vieira Alves

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